Todos os que prometem mudar o mundo são engabeladores (enganadores), porque nós, quando muito, conseguimos mudar a nós mesmos. E somente isso.
A política é a arte da convivência, boa convivência. E só isso. Nada mais. Nesse sentido todos nós somos políticos, pois, de uma forma ou de outra, temos que conviver, e pacificamente, com as outras pessoas. Essas têm seus direitos e seus deveres. O que nos exige compreensão e aptidão para tal.
Alguns, dentre nós, são chamados ‘políticos’, embora tenham apenas a função de ‘representar’ a sociedade de políticos, isto é, a sociedade toda de políticos, que formamos.
Se os representantes fazem bem, são esquecidos. Esses procuram engrandecer-se (já que ninguém os reconhece).
Se agem mal, não são reconhecidos. (Por isso, continuam agindo mal).
Aí, surgiu o jargão: “político não faz nada”. Sou forçado a concordar, pois, no sentido antes expresso, todos somos políticos. A política somos nós, cidadãos. E quando fazemos alguma coisa para, ao menos, melhorar o mundo a nosso redor? Se não se faz nada, somos nós que não agimos. Cada pessoa tem o poder de melhorar a si mesmo, e nem sempre o faz. O representante, além de si, tem o poder que lhe é dado pelo grupo de cidadãos para, representando interesses comuns, interesses de toda uma sociedade, melhorar as condições de vida. Incluem-se aí todas as mudanças que as pessoas querem, desejam, mas que, sozinhas, não conseguem.
Exemplo: saúde. Todos desejam um sistema de saúde que dê tranquilidade às pessoas, mas não se consegue construir esse sistema sozinho. Por isso, há que ter os representantes (chamados políticos) para estabelecerem esse sistema; fazê-lo funcionar depende de cada um que nele estiver inserido: médicos, enfermeiros, assistentes sociais, administração.
E por que o sistema de saúde no nosso país é tão precário, se todos desejamos um bom sistema? Não sei. Quem o saberá?
Outro exemplo: educação. Reclama-se tanto da educação básica. Todavia, não se passa disso: só reclamação. Quando surge uma pessoa que diz trabalhar pela educação, ninguém acredita. “O que essa pessoa já fez?”, é o que perguntam. Surgem aí os maldizentes e respondem: “nada”. “Então é mais um a querer um cargo na política”, concluem. E se faz o quê? Reclamações. A quem? Uns aos outros, sendo que ninguém tem o poder de mudar (ou, pelo menos, iniciar) o processo de educação.
(Claro que não se aplica a todos. Há os verdadeiros educadores, os verdadeiros professores, que levam seu trabalho como um ministério, mesmo com todas as dificuldades: baixos salários, falta de incentivo, corrupção, desinteresse, preocupação dos pais que querem que os filhos passem de ano (sem aprender), progressão continuada (imaginem!). Todas essas adversidades e tantas outras apontadas diariamente pela mídia.)
Numa sociedade de políticos que nada fazem, os seus representantes devem seguir a mesma trilha. Os representantes saem do meio do povo. E o povo não sabe reconhecer os verdadeiros representantes?
Recorde-se, aqui, o parágrafo único do artigo 1º, da Constituição da nossa República:
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Espera-se uma atitude dos outros, mas um passo próprio em prol da melhoria não se consegue dar.
Se cada pessoa desse imenso país procurasse mudar a si mesma, mudar sua conduta, ser MAIS honesta do que é, ser MAIS educada do que é, ser MAIS responsável do que é, a começar de AGORA, teríamos em breve uma sociedade muito melhor, ou, pelo menos, do jeito que todos desejamos.
domingo, 5 de junho de 2011
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