Olho o relógio
E o tempo não passa
E a minha desgraça
Fica completa
Ao ver quanto falta
Pro fim de semana.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
O Baile
No grande salão do excelso universo
Rodopiam fogosas as bailarinas
Alvas sedas, talares, purpurinas,
Como quem no azul ignoto está imerso.
Helenas, teresas, raquel e marinas
Na contra dança do ponto reverso
Compõem assim o mais sublime verso
Que vai desaguar em rimas divinas...
Dessas alvas vestes descem cascatas
Inebriantes na relva das matas
Copadas em celestes madrigais
Bailam suaves as notas das liras
Quando resvalam em pequenas safiras...
Lágrimas que o céu verte por meus ais.
(Paulo de Morais – Livro: Tardes Trigueiras)
Rodopiam fogosas as bailarinas
Alvas sedas, talares, purpurinas,
Como quem no azul ignoto está imerso.
Helenas, teresas, raquel e marinas
Na contra dança do ponto reverso
Compõem assim o mais sublime verso
Que vai desaguar em rimas divinas...
Dessas alvas vestes descem cascatas
Inebriantes na relva das matas
Copadas em celestes madrigais
Bailam suaves as notas das liras
Quando resvalam em pequenas safiras...
Lágrimas que o céu verte por meus ais.
(Paulo de Morais – Livro: Tardes Trigueiras)
Certo e Incerto
Em assunto de amor (estou bem certo)
Algum dia pode ser que aconteça
Até com quem se julgue muito esperto
Repetidas vezes bater cabeça.
Na dúvida entre o certo e o incerto
É que tudo nos parece suspeito:
O certo já não parece tão certo
E o incerto é o mais certo a ser feito.
Querendo sossego na consciência
Busquemos a voz da experiência,
Afinando a mente com o coração...
E a escolha entre o certo e o incerto
Mesmo que seja o incerto a decisão
Será sempre a busca pelo certo.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
Algum dia pode ser que aconteça
Até com quem se julgue muito esperto
Repetidas vezes bater cabeça.
Na dúvida entre o certo e o incerto
É que tudo nos parece suspeito:
O certo já não parece tão certo
E o incerto é o mais certo a ser feito.
Querendo sossego na consciência
Busquemos a voz da experiência,
Afinando a mente com o coração...
E a escolha entre o certo e o incerto
Mesmo que seja o incerto a decisão
Será sempre a busca pelo certo.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
Borboletas
Repousam sobre o verde das campinas
Com asas doiradas, fugazes, belas,
Fugindo aos raios do sol, às procelas
Das pétalas dos olhos das meninas.
Rodopiam na exausta fuga àquelas
Brancas amarras selvagens – mas finas –
Que, por fim, prendem-nas. Eis suas sinas:
Eternizadas em nuas capelas...
Também um coração lascivo e forte,
Entre dores, ânsias, engana a morte
Fria, triste, inexorável, cruel...
E, ao pulso lento da taça de fel,
Que os mais sagrados ideais trucida,
Transpõe, lesto, os portais da humana vida.
(Paulo de Morais – livro: TardesTrigueiras)
Com asas doiradas, fugazes, belas,
Fugindo aos raios do sol, às procelas
Das pétalas dos olhos das meninas.
Rodopiam na exausta fuga àquelas
Brancas amarras selvagens – mas finas –
Que, por fim, prendem-nas. Eis suas sinas:
Eternizadas em nuas capelas...
Também um coração lascivo e forte,
Entre dores, ânsias, engana a morte
Fria, triste, inexorável, cruel...
E, ao pulso lento da taça de fel,
Que os mais sagrados ideais trucida,
Transpõe, lesto, os portais da humana vida.
(Paulo de Morais – livro: TardesTrigueiras)
Amantes
Tudo começa num olhar disfarçado
Em que a rósea pele no rosto contorcido
Revela a sede do amor a ser sorvido
No cálice que está sendo preparado.
Sob as mãos sutis em toque profundo
Os fartos seios saltam no busto
Enrijecidos qual se fora o susto
De alguém que vê alma de “outro mundo”.
E, por fim, na carícia mais excitante,
Tendo preso o corpo da amante
Que trocara o medo por prazer,
Numa fusão de corpos entrelaçados,
Quando os lábios se tocam apaixonados,
Desfruto do amor que inebria meu ser.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
Em que a rósea pele no rosto contorcido
Revela a sede do amor a ser sorvido
No cálice que está sendo preparado.
Sob as mãos sutis em toque profundo
Os fartos seios saltam no busto
Enrijecidos qual se fora o susto
De alguém que vê alma de “outro mundo”.
E, por fim, na carícia mais excitante,
Tendo preso o corpo da amante
Que trocara o medo por prazer,
Numa fusão de corpos entrelaçados,
Quando os lábios se tocam apaixonados,
Desfruto do amor que inebria meu ser.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
A Idade do Amor
Por que, louca, me perguntas a idade?
Que é que isso tem de tão importante?
A vida é como um fio de barbante:
Quando menos se espera... é saudade.
Não responde a estrela na imensidade
Se o astrônomo, inquieto, relutante,
Que mísera vida tem, num instante
A indaga em anos sua eternidade...
Tenho a idade que os anos trazem em mim –
Embora no rosto com olhar sereno,
Possa eu indagar também de ti, assim:
Que idade tem o amor, que sempre ameno,
Em teu corpo febril teço o desenho? –
Pois a idade do amor é a que tenho.
(Paulo de Morais – Livro: Tardes Trigueiras)
Que é que isso tem de tão importante?
A vida é como um fio de barbante:
Quando menos se espera... é saudade.
Não responde a estrela na imensidade
Se o astrônomo, inquieto, relutante,
Que mísera vida tem, num instante
A indaga em anos sua eternidade...
Tenho a idade que os anos trazem em mim –
Embora no rosto com olhar sereno,
Possa eu indagar também de ti, assim:
Que idade tem o amor, que sempre ameno,
Em teu corpo febril teço o desenho? –
Pois a idade do amor é a que tenho.
(Paulo de Morais – Livro: Tardes Trigueiras)
Sorrisos
Compra-se um sorriso
Que não seja caro,
Mas que nem por isso
Deixe de ter valor.
Um sorriso
De espontaneidade
Que traga felicidade
A um coração sofredor.
Compra-se um sorriso
Sem amargura,
Mas na exata altura
Do riso por excelência.
Um sorriso
De esperança
Nos lábios de uma criança
Em sua doce inocência.
Compra-se um sorriso
Virgem
Que cause vertigem
Em sua vez primeira.
Um sorriso
De alguém sem nome
Embrulhado em celofane
Pra durar a vida inteira.
Compra-se um sorriso
Que seja original,
Aberto, franco, leal,
Espontâneo, do coração.
Um sorriso amigo
Para ser o abrigo
De quem está na solidão.
Compra-se um sorriso
Mas que seja de graça
Pra realizar um desejo:
Nos lábios da morena que passa
Coroá-lo com um beijo.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
Que não seja caro,
Mas que nem por isso
Deixe de ter valor.
Um sorriso
De espontaneidade
Que traga felicidade
A um coração sofredor.
Compra-se um sorriso
Sem amargura,
Mas na exata altura
Do riso por excelência.
Um sorriso
De esperança
Nos lábios de uma criança
Em sua doce inocência.
Compra-se um sorriso
Virgem
Que cause vertigem
Em sua vez primeira.
Um sorriso
De alguém sem nome
Embrulhado em celofane
Pra durar a vida inteira.
Compra-se um sorriso
Que seja original,
Aberto, franco, leal,
Espontâneo, do coração.
Um sorriso amigo
Para ser o abrigo
De quem está na solidão.
Compra-se um sorriso
Mas que seja de graça
Pra realizar um desejo:
Nos lábios da morena que passa
Coroá-lo com um beijo.
(Paulo de Morais – Livro: O Poeta e Seus Amores)
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