quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Borboletas

Repousam sobre o verde das campinas
Com asas doiradas, fugazes, belas,
Fugindo aos raios do sol, às procelas
Das pétalas dos olhos das meninas.

Rodopiam na exausta fuga àquelas
Brancas amarras selvagens – mas finas –
Que, por fim, prendem-nas. Eis suas sinas:
Eternizadas em nuas capelas...

Também um coração lascivo e forte,
Entre dores, ânsias, engana a morte
Fria, triste, inexorável, cruel...

E, ao pulso lento da taça de fel,
Que os mais sagrados ideais trucida,
Transpõe, lesto, os portais da humana vida.

(Paulo de Morais – livro: TardesTrigueiras)

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