segunda-feira, 10 de setembro de 2012

BEZERRA E A ERA DO HOMEM ESPIRITUAL

Certa vez, o Apóstolo Paulo, em carta escrita a seu discípulo Timóteo, ao narrar os fatos ocorridos consigo, o longo e cansativo trabalho de espalhar pelo mundo o Evangelho, e sentindo a proximidade de seu fim, disse: “Somente Lucas está comigo”. Contam os livros que os dois amigos, ambos de caráter forte, desde que se encontraram pela primeira vez, jamais se separaram. Foram anos a fio de lutas. E o que fez com que isso acontecesse? Naturalmente, um percebeu no outro aquele complemento que lhe faltava na alma. Paulo tinha sido o rabino Saulo – o mesmo que perseguira Jesus na pessoa de seus seguidores e que, por obra do próprio Jesus, caíra do cavalo quando a caminho de Damasco para prender os discípulos do Cristo, em particular o velho Ananias. Lucas, de nacionalidade grega, era homem de ciências. Médico, vivia na constante luta em “ganhar a vida”, mas queria, também, estender sua atuação àqueles que não podiam pagar pela consulta. Um dia o destino os colocou frente a frente. Paulo necessitava dos conhecimentos científicos de Lucas. E este viu naquele desconhecido a experiência que lhe possibilitaria alcançar o equilíbrio. Juntos, percorreram distâncias, enfrentaram dissabores, mas ampliaram e difundiram a mensagem do Evangelho a muitas mentes. Até o momento em que Paulo escreveu as palavras citadas acima. Pouco depois o Apóstolo dos Gentios foi decapitado e Lucas partiu em busca de cumprir a promessa feita ao amigo: encontrar a mãe de Jesus e, a partir dos fatos narrados por ela, escrever um livro que contasse ao mundo a existência do Messias. Em outro tempo, num lugar chamado Riacho do Sangue, no Estado do Ceará, nasceu Adolfo Bezerra de Menezes. Curiosamente, também era amante dos livros e dedicou sua vida à prática da medicina. Seus biógrafos contam que não havia quem o procurasse e saísse sem uma solução para os seus males. Chegou mesmo a doar seu anel de formatura para uma senhora que não tinha condições financeiras para adquirir o remédio receitado. Um dia ganhou de presente de um amigo um livro. Na viagem de bonde do centro do Rio de Janeiro até a Tijuca, onde morava, leu-o sentindo no espírito a novidade de assuntos já conhecidos – era o “Livro dos Espíritos”. Tornou-se um dos maiores nomes espíritas do Brasil. Após desencarnar, não cessou na luta para aliviar as dores dos que ainda percorrem as trilhas do sofrimento, sejam elas de natureza física, moral ou espiritual. Nesse objetivo tem atuado em muitos lugares, entre eles no Templo Espiritual Maria Santíssima. Uma vez por mês, mais precisamente no último sábado de cada mês, o Espírito Bezerra de Menezes vem trazer aos que sofrem o conforto para seus espíritos. Inúmeros colaboradores acercam-se do ambiente do Templo Espiritual para auxiliar na canalização das forças espirituais que vêm do plano vibracional onde se encontram Maria – a padroeira da Casa – e seu filho amado Jesus. O encarregado de nos trazer esses fluidos é Bezerra de Menezes (Luz nas Sombras, edição nº 27, Ano V, Julho/Agosto, 2009, página 6). E nessa tarefa, quando nos toca a fronte, Bezerra de Menezes nos influi os mais ternos sentimentos cristãos, que ele mesmo adquiriu nos séculos em que militou a serviço do Cristo. Misericórdia, perdão e caridade. Eis o que nos estimula a praticar em favor do próximo, mas, sobretudo, em favor de nós mesmos. Pois, não se deve desprezar um pequeno momento que seja em descuido de nós mesmos. Recordo-me que o próprio amigo espiritual já dissera que nem a pretexto de servir a Deus pode-se descuidar do vaso físico. Nesta nova era a que adentramos agora é preciso cuidar ainda mais dos corpos físico, mental e espiritual. A nova era exige de cada um respeito maior por si mesmo. Um novo comportamento deve ser adotado pelos homens: mais respeito à natureza, mais respeito ao meio ambiente, mais respeito aos seres humanos, mais respeito a si mesmo. A Era do Homem Espiritual faz entender que é preciso resgatar os ensinamentos do Evangelho de Jesus e colocá-los em prática no nosso dia-a-dia. É preciso haver a conscientização de todos de que não somos apenas feito de carne e osso, com sangue a circular por nossas veias e que quando o coração cessa os seus batimentos deixamos de existir. Não! De modo nenhum! Não somos apenas isso! Somos, sobretudo, ESPÍRITOS. Todos irmãos, filhos do mesmo Pai (Deus), que não nos criou para morrermos quando o coração parasse de pulsar. A Era do Homem Espiritual vem e exige de todos nós o conhecimento de que somos eternos, como Deus o é. E nessa condição, para aprendizado próprio, estamos encarnados, como já estivemos muitas e muitas outras vezes. Compreendido isso, o homem passará a rever suas atitudes na vida. Entenderá que todo mal que pratique voltará contra si mesmo. Exemplifico. Se um político criar leis que favoreçam a um determinado grupo e façam os demais sofrerem, fatalmente encontrar-se-á amanhã entre os sofredores, pois a Lei imutável da REENCARNAÇÃO o trará de volta em outro corpo, em outra condição, mas, necessariamente, sob o jugo daquela lei que ele mesmo criou. Vingança? Não! Justiça! E justiça divina. As leis espirituais, dentre as quais a do amor prevalece, não se submetem aos caprichos do ser humano, não são corruptíveis, não deixam brechas, não guardam lacunas, mas são perfeitas porque, certamente, dão a cada um de acordo com suas obras. Nada mais nada menos. Mas, por favor, não tomem essas palavras como despotismo. Estamos, apenas, conversando sobre a vida. E, de minha parte, agradeço a oportunidade de expressar o que entendo a partir das palavras do amigo Bezerra de Menezes neste momento em que lhe prestamos uma homenagem pelo trabalho que desempenha junto de nós. Recordo-me da tarde em que ele nos falava a respeito da Misericórdia, do Perdão e da Caridade – essa tríade que, a nosso ver, paira sobre os Homens e Mulheres da Nova Era: relembrou o velho Apóstolo dos Gentios, rogou que a Mãe Santíssima nos abençoasse a todos, orou pelo Brasil e seus governantes, para quem pediu iluminação, além de nos tocar a fronte. Entre todos esses atos nos incentivou à Misericórdia, ao Perdão e à Caridade como metas a serem atingidas. Hoje, Bezerra de Menezes ocupa um lugar destacado nos nossos corações, mas curiosamente desconhecemos há quanto tempo ocupamos um destacado lugar em Seu Coração. Gratíssimo, Amigo, por tanto tempo dedicado a todos nós.

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