terça-feira, 11 de setembro de 2012

MOTORISTAS DE VIDEO GAME

Há um velho ditado popular que diz: “Pau que nasce torto nunca se endireita”. Cabe aqui uma pergunta: Será? Com a crescente onda de vendas de automóveis em todo o país, o que demonstra o poder aquisitivo da população brasileira, que vem num crescendo graças às últimas posturas adotadas pelo governo, tais como redução de IPI com o nítido objetivo de incentivar a economia face aos acontecimentos mundiais, também fica bastante evidente que há muitos cidadãos não totalmente habilitados para a condução de veículos. Na contramão do progresso, observa-se que não há respeito pela sinalização de trânsito, com avanços de sinais vermelhos, estacionamento em locais não permitidos, principalmente nas calçadas (que são destinadas aos pedestres), falta de sinalização de direção quando se pretende alternar entre faixas de rolamento. E tantas outras infrações que não nos cabe aqui mencionar, pois são de conhecimento geral. O mais curioso é observar aqueles que seguem atrás de ônibus. Todos sabem que, a qualquer momento, o ônibus deve parar para a subida e/ou descida de passageiros. Esses que o seguem, então, simplesmente jogam seus veículos pra outra faixa, sem se darem conta de que nela vêm outros carros. Não sinalizam nem pedem licença. Desculpa? Isso é coisa pra otário! Aquele que vem na faixa corretamente que pare, que dê passagem, que se desculpe por estar ali, trafegando conscientemente, dirigindo por si e pelo outro. Quando observo isso, recordo-me de um determinado jogo de vídeo game, no qual os jogadores escolhem o carro mais potente, pintam-no de cores as mais chamativas, turbinam, e colocam-no na pista, disputando uns com os outros. Nesses joguinhos, sempre há uma ou mais “vidas” e o interessante é que sempre se ouve um dos competidores afirmar: “perdi uma vida”. Mas continuava. Seus carros turbinados batem uns nos outros, amassam, e, num só clique, aparecem inteiros novamente, como se nada tivesse acontecido. O que a vida no trânsito das grandes cidades demonstra é que esses motoristas largaram o vídeo game e se transferiram para as ruas e avenidas. O que não percebem, todavia, é que agora não há como desamassar o carro que fora jogado contra outro, não há como recuperar a vida perdida. E, neste caso, o carro torto não se endireita, pois, não haverá outro jogo... GAME OVER.

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