Que atitude tomar ante a desobediência dos filhos?
As causas da desobediência infantil são quase sempre mal interpretadas pelos pais, e estes julgam que o castigo é a melhor forma de fazer com que aqueles reparem a falta cometida.
A lei prevê castigo adequado para quem comete crimes sociais. Ocorre, porém, que os crimes são, na atualidade, vistos pelo ângulo de quem tem maior poder aquisitivo, o que significa que nem sempre pelo lado da justiça.
O mesmo ocorre dentro de casa. O provedor da subsistência é quem exerce poder sobre os demais. Este representa a lei no lar; mas, é sempre justo? As penas são aplicadas de acordo com o seu bom ou mau humor, de acordo com o seu estado de espírito.
Diferentemente com o que ocorre com o juiz, os pais não cursam faculdade de Direito, não são submetidos ao exame na Ordem para habilitarem-se ao julgamento. Mas, com que expressão exercem o direito!
Será que os filhos conhecem as leis que regem a vida dentro do lar?
Nenhum cidadão pode alegar ignorância da lei. Isto não o isenta da responsabilidade pelo crime (considerando-se culpado, é claro). Nenhuma criança tem o direito de fazer o mesmo.
O cidadão adulto tem condições de conhecer a lei social. Ela está impressa nos compêndios de Direito. Justifica-se, portanto, a inutilidade da alegação de ignorância por parte do infrator. Ele a ignora porque assim o quer.
A criança, porém, ignora as leis de casa porque não lhe foram apresentadas e, pior, foram elaboradas sem o seu consenso e, pior ainda, dependendo da situação são alteradas sem o menor escrúpulo. E é esse, exatamente, o ponto que desejo ferir.
Se o adulto ignora as leis sociais por não querer conhecê-las, por não buscá-las, a causa está na infância quando lhe é negado o direito de participação dentro do próprio lar.
Mudar esse quadro é função educativa a que os pais devem se dedicar. Refletir sobre os tempos de suas infâncias, reconhecer como eram impedidos de apresentar motivos para desobediência, motivos que eram quase sempre por desconhecimento e quase nunca por rebeldia, é o caminho a seguir.
Depois, conversar sempre com os filhos, mostrando-lhes o porquê de tudo, solicitando-lhes compreensão e ajuda. Isto os fará educados. Quando forem adultos, assim agirão com seus próprios filhos dentro dos seus próprios lares, e, também, dentro do grande lar chamado nação.
O direito não é imposto, é conquistado.
Paulo de Morais
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2 comentários:
adorei esse texto, realmente a reforma começa de dentro para fora,
no interior do ser humano,no interior do lar, do bairro, da cidade, do país...
Parabéns!!! vc é um grande escritor
bjs!!!
Muito bom o texto, acreito que é isso mesmo o que realmente acontece não apenas em nossa família, dentro dos lares , mas também na sociedade por inteiro.
Muito bom!!! Abs.
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